quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

I w i l l b e t h e r e f o r y o u



Querido [A]migo, 

Parece que bastou eu resolver começar a te escrever pra coisas acontecerem na minha vida. Ontem tive uma franca conversa com uma de minhas irmãs, ela sofre, como eu sofri, como minha outra irmã sofre também, ser adolescente não é uma parte muito memorável da vida, e a transição da adolescência pra vida adulta também não é muito fácil. O mais cômico dessa história toda é que me peguei aconselhando minha irmã com da mesma forma que me aconselharam quando tinha a idade dela, e eu odiava.

Falei pra ela do filme - As vantagens de ser invisível - também, na verdade eu dei um jeito de falar desse filme para todas as pessoas com que eu interagi ontem, rs. O que posso fazer, quando eu gosto, eu realmente gosto! Mas o ponto é que, conversando com ela sobre o filme eu pude dizer em alto em bom som conclusões que eu não me atrevia antes, e não sei se o que eu disse entrou na cabeça dela, se vai fazer alguma diferença na vida dela, mas com toda certeza, na minha fez. 

Amigo, eu não estou disposta a aceitar migalhas como antes, eu não estou disposta a continuar me menosprezando, mesmo que sem a intenção e sempre com a mesma falsa postura de mulher independente. Os mesmos problemas que minha irmã passa hoje, eu passei um dia, e achei que havia há esse ponto da minha vida enterrado todo e qualquer sintoma de insegurança que me assombrava nos meus 15, 16 anos, mas no fim eu vi que lá no fundo eu ainda passo e assim, eu tenho que passar a seguir os meus próprios conselhos, os mesmos que eu ignorava quando tinha a idade dela. 

Seria cômico se não fosse trágico, mas realmente a história se repete, e por mais que digamos que não cometeremos os mesmo erros de um dia, sempre o fazemos. Bom seria se conselhos fossem seguidos, porque hoje me vejo nos dilemas - que são praticamente o fim do mundo - da minha irmã, e eu não gostaria que ela cometesse os mesmos erros que eu, e que depois de alguns anos, ainda se pegasse tentando curar traumas que há muito deveriam ter se esvaído. 

A verdade é que sempre queremos o melhor para quem amamos, e eu juro que faria qualquer coisa pra impedir minhas irmãs de sofrerem… mas eu sofri, e sobrevivi, e hoje sou uma pessoa melhor por causa de todos meus traumas juvenis. Então, o jeito é ficar aqui, aconselhar as paredes quando elas não querem ouvir, mas sempre apoiar, sempre estar perto e cuidar.

Em decorrência de tudo que aceitei hoje, de todas as conclusões que abriram minha mente, eu não deveria continuar a te escrever, mas ao mesmo tempo que você me deu migalhas um dia, eu te dei o meu melhor e fui de fato a melhor amiga que eu podia ser. Dessa forma, eu gosto de escrever para o melhor amigo que eu tive queria ter tido. E por enquanto isso me basta.

G.


w e a r e i n f i n i t e


Querido [A]migo, 

Em meio a tantas obrigações, e meu visível cansaço físico eu sempre arrumo tempo pro que me faz bem, e ultimamente nada me faz tão bem como uma boa história, um bom filme, ou um bom livro. Tive o imensurável prazer de assistir o filme The Perks of being a Wallflower - As Vantagens de ser Invisível ontem, e simplesmente me fez refletir bem.

WE ACCEPT THE LOVE WE THINK WE DESERVE. 

É..., essa frase foi como um chute nos países baixos, logo, todo o centro da minha inspiração pra pensar e me deixar viajar nos meus pensamentos soltos e sem nexo. A história do filme é linda, um filme como há muito eu não via, uma mensagem tão forte passada de uma maneira tão sutil… excelente trabalho da Emma Watson e do Logan algumacoisa (o Percy Jackson)! 

Mas enfim, você deve se perguntar o porque de eu resolver te escrever tão repentinamente! Há tempos não nos falamos, eu sei. Mas enfim, você foi meu amigo, ou é, ou ao menos poderia ser de novo, ou melhor, poderia se tornar de fato a pessoa que eu achei que você fosse. A ideia de te escrever me pareceu tão melhor quando estava apenas na nuvem dos meus pensamentos, agora… mesmo encarando a tela do notebook, e não seus olhos, sinto meu coração pulsando por todas as partes do meu corpo. De qualquer forma, eu acho que te escrever pode começar a preencher a parte que eu acho que me falta. 

Bem, o filme que mencionei tem uma trilha sonora fabulosa também, músicas antigas, da época que elas significavam de uma maneira muito profunda alguma coisa. Estou procurando loucamente a trilha sonora online, e o próximo passo é comprar o livro que inspirou o filme. Você sabe, livros sempre me fazer sonhar mais, imaginar mais, me envolvem ainda mais… e devo dizer que faz tempo que não leio um livro inteiro em algumas horas, a verdade é que faz tempo que não me prendo verdadeiramente em nenhuma história e eu meio que sinto falta disso também.

Eu deveria te atualizar sobre minha vida real também, mas esta permanece da mesma forma que você me deixou. Óbvio que várias coisas aconteceram nesse meio tempo, Londres aconteceu, um namoro aconteceu, novas experiências aconteceram, contudo, novas velhas frustrações permaneceram. Acho que você se lembra o quanto eu sou confiante e segura do que eu faço, however, de uns tempo pra cá comecei a duvidar, a querer duvidar. Mas não se preocupe, estou me esforçando pra não sair do meu eixo. Muito. Eu sei que você quer o meu bem.

Te confesso que não sei até que ponto é saudável pra mim te escrever, contudo… não esta sendo muito saudável guardar as coisas pra mim ultimamente, amigo.

G.